quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

As razões para sorrir, és tu quem as cria.

Viver é difícil, reza o conhecimento empírico de, atrevo-me a dizer, 98% da população humana. No entanto, é difícil porque vos apresenta adversidade atrás de adversidade, obrigando-vos a contornar e saltar barreiras, voltar atrás nos percursos para seguir um caminho diferente, entre tantos outros, à vossa visão, impedimentos, ou porque se habituaram tanto a ouvir dizer que ela o é por todas as outras pessoas que, com o seu próprio viver, já o concluíram? Porque tanto essas pessoas o disseram, que a dificuldade da vida se tornou um dado adquirido, um facto irrefutável? Provavelmente ambas as opções.

Estando a excluir-me do meu próprio discurso, não posso, contudo, deixar de afirmar que eu mesma já pensei, e penso ainda em certas ocasiões, exactamente da mesma forma. A verdade é que, após largas horas de pensar vago, dou por mim a concluir que a dificuldade da vida não é tão literal assim e, acima de tudo, tão certa assim. Acaba por depender da perspectiva de cada um, é certo, mas considero, humildade à parte, a minha perspectiva a mais correcta, mais benéfica e, principalmente, a mais realista. É de esperar, por todas as pessoas que a acham, de facto, difícil, que eu afirmar que a minha perspectiva é realista, é afirmar que a vida é realmente difícil, pois para essas mesmas pessoas, ser realista é aceitar que o é. Pode dar aso a algumas confusões, mas é bastante simples quando posto da seguinte forma: A vida é difícil a partir do momento em que é percorrida com a ideia de que o é. No final das contas, tudo se vai resumir a algo bastante básico: Expectativas. Seria uma dedução fácil aquela em que se concluísse que, à partida, alguém que encara a vida como difícil, vai encarar com a maior da leveza quando esta mostra facilidade, porquanto estava à espera de dificuldade. No entanto, não é isso que vejo acontecer. Porquê? Porque, pura e simplesmente, essas pessoas esperam o difícil e não aceitam que nada não o seja, visto que se aceitassem teriam que aceitar que a vida nem sempre é difícil... Mas isso seria contrariar um facto irrefutável. Tudo se rege por expectativas. O primeiro truque, reza o meu conhecimento empírico, é não expectar nada. Se não esperarmos nada, a probabilidade de uma surpresa negativa diminui, dado que nada esperávamos. Ou seja, qualquer coisa que recebamos vai ser uma novidade que pode apresentar maior ou menor necessidade de empenho, dedicação e vontade. Vamos pegar nestes três substantivos (e aqui é que é capaz de baralhar as coisas) e chamar-lhes um só: dificuldade. Aqui entra o segundo truque, que está directamente relacionado com o que disse anteriormente. As pessoas chamam dificuldade, na verdade, à necessidade de fazer esforço. O segundo truque é exactamente encarar a dificuldade, não como a necessidade de esforço, mas sim a necessidade de maior empenho, dedicação e vontade. Quando se aprende a encarar a dificuldade da vida dessa forma, torna-se muito mais fácil, não só receber as surpresas que a vida tem para nós, mas também encará-las. Porque, a partir do momento em que os dois truques que referi são postos em prática, os "impedimentos" da vida deixam de o ser, simplesmente porque deixam de ser entraves, mas passam a ser surpresas que podem exigir mais empenho, vontade e dedicação para ser assimiladas, passam a ser novas épocas que podem trazer ter maior ou menor dificuldade. Pode parecer total e completamente confuso mas, no final do dia, pensando sobre o assunto, acaba por fazer sentido.

Tudo isto se deveu ao simples facto de querer justificar o nome que dei a esta publicação, que consegue resumir para 9 palavras o texto que escrevi.

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