segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Constatação
domingo, 28 de dezembro de 2008
Por vezes...
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Por respeito...
"Ouvi Senhor a minha oração, escutai o meu clamor, não fiqueis insensível às minhas lágrimas."
Que Deus te guarde no Céu, como nós te guardamos no coração.
E agora, por palavras ausentes de crenças religiosas, me despeço:
No dia em que a vida de ti fugiu, no céu se acumularam nuvens carregadas de tristeza. Choraram, choraram e choraram, como se quisessem que fosse uma incerteza, a tua ausência e partida. No dia seguinte o céu abriu, o azul voltou a ser azul e não cinzento. Foi inundado por um mar de luz, um dilúvio! Um dia que de felicidade estava isento, se transformou numa certa calma e alívio. Foste, mas foste porque merecias. A vida a ti, já nada te trazia além de sentimentos senis. Não preciso de um Deus, ou de um messias, para sentir que foste feliz. Porque como a vida te fugiu, a vida voltarás a sentir. Seja numa flor, num insecto ou numa raiz! Do planeta Terra não poderás nunca partir. Antes de cá estarmos, já cá estávamos, depois de cá estarmos, cá continuaremos. Navegando à deriva neste barco sem remos, à deriva, à deriva, neste barco que é a vida. Embora pelo som já não te oiça, na memória serás sempre ouvida. Não existes num corpo humano, existirás noutro algo. Seja na terra, seja na cinza, seja no meu pensamento. Saudades serão sentidas e as tuas palavras nunca serão esquecidas. Um beijinho, uma lágrima e um sorriso, minha segunda Mãe.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Anarquia
É bastante difícil explicar o pensamento anarquista. Tem várias áreas e perspectivas a abranger, tornando-se complicado falar de todas elas. Passei algum tempo a ler sobre este assunto e a tentar criar algumas ideias e opiniões sobre o mesmo. Devo confessar que é uma ideia extremamente bem elaborada e desenvolvida, mas é também impossível em termos práticos. A Anarquia procura despultar características do ser humano que, na minha opinião, nunca existiram no código genético do mesmo. Que eu saiba, a nossa espécie nunca viveu em período algum sem uma hierarquia. Durante todo o nosso desenvolvimento, precisámos de um chefe. Precisámos de um "pai de família". A maneira como as nossas formas de Governo foram evoluindo é verdadeiramente espantosa, e o ser humano não é, de todo, capaz de viver sem um ser superior. Em tempos de incerteza e revolta, o ser humano voltou-se para o divino (o que prova que não nos é possível viver sem um "guia"). Tenho como exemplo, a época posterior à queda do Império Romano, em que o povo se agarrou firmemente à ideia do Cristianismo. Isto só para mostrar como parece impossível que o pensamento anti-coerção exista na prática, o que vem a deitar abaixo o mais fundamental argumento anarquista. É uma verdade que somos vítimas do Estado, é uma verdade que vivemos sob as ordens e comandos do mesmo, é uma verdade que vivemos dependentes do Capitalismo, mas nenhum destes órgãos é maléfico. Na verdade, são das mais brilhantes invenções do ser humano. O problema não é o Estado em si, o problema são os seus constituintes (que são, como é óbvio, seres humanos). Se a nossa espécie não fosse egoísta, gananciosa e invejosa por Natureza, o Sistema funcionaria perfeitamente. O que me leva a pensar que abolir o Estado não ia dar em nada, a menos que o ser humano sofresse uma mudança radicalíssima. Quanto ao facto de serem a favor de hierarquias apenas quando estas acontecem naturalmente... O ser humano iria sempre criar hierarquias pelas razões já apresentadas e os ocupantes do topo dessas hierarquias acabariam sempre por querer mais e mais poder. Está no ser humano desejar mais. A ideia utópica do anarquismo é totalmente impossível no mundo de hoje. Talvez um dia a nossa espécie se desenvolva até esse ponto mas, por enquanto, seremos escravos com muitos benefícios.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Exigências.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Mickey Mouse
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
"The Blade Runner"
Oscar Pistorious nasceu com a ausência de metade dos ossos dos pés e de ambas as fíbulas. As fíbulas são ossos paralelos às tíbias, ambos localizados na perna, abaixo do joelho. A tíbia é o osso ao qual, correntemente, se chama canela. Esta deficiência implica a reconstrução ou a amputação dos pés deficientes. Henke e Sheila Pistorious, pais de Oscar, optaram pela amputação dos pés do seu bébé, antes de que este começasse a tentar os primeiros passos, facilitando assim a sua adaptação. Durante a sua infância, este atleta admirável viveu como um rapaz normal, tentando sempre acompanhar o seu irmão, irmã e amigos nas brincadeiras. No tempo em que pertenceu à Pretoria Boys' High School, participou em todos os desportos imagináveis exceptuando, ironicamente, o atletismo. Oscar praticava todos os desportos com as suas próteses normais, até que, um dia, se lesionou a jogar rugby. Após esta lesão, o seu médico proibiu-o de praticar desporto com as suas próteses do dia-a-dia, o que levou Pistorious a tentar o atletismo, onde eram utilizadas umas próteses especiais, feitas em fibra de carbono. Oscar ganhou a sua primeira medalha de ouro com 17 anos. A partir daí, tornou-se um admirável atleta paraolímpico, quebrando recordes atrás de recordes. Aliou-se a vários biomecânicos empenhados no melhoramento destas magníficas próteses, participando nos testes e exames que eram feitos. Em 2007, Pistorious viu possível a concretização do seu sonho: Participar nos Jogos Olímpicos de Pequim, ao lado dos atletas sem deficiências. Contudo, embora Oscar respondesse a todos os requisitos, foi criada uma regra que impedia a participação de qualquer atleta que necessitasse de ajuda exterior para correr. Regra essa que atingia, como é claro, o atleta paraolímpico. Oscar não se deixou ir abaixo, pedindo para que fossem feitos testes que provassem que as suas próteses o favoreciam enquanto corria. Vários biomecânicos eram da opinião de que as próteses não poderiam devolver mais energia da que era enviada pela estrondosa força de Pistorious, mas ainda assim os testes realizados acabaram por provar que as próteses de fibra de carbono funcionavam um pouco como uma mola, oferecendo um maior impulso que as pernas normais. Oscar foi, então, banido dos Jogos Olímpicos, sendo obrigado a ficar-se pelo o mundo do Paraolímpico. O magnífico atleta não perde a força, afirmando que um dia ainda correrá ao lado dos atletas sem deficiências. Até lá, Oscar Pistorious continuará a ser um ícone para todos os deficientes físicos e não só. Símbolo de coragem e preserverança, é uma inspiração para qualquer pessoa no mundo, mostrando que não podemos desistir dos nossos sonhos e lembrando-nos: "You are not disabled by the disabilities you have, you are able by the abilities you have." Um obrigado e boa sorte para este espectacular jovem.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Senta-te aqui que eu sento-me aí...
domingo, 7 de dezembro de 2008
Sabor Efémero
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Sempre que encontro as respostas...
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Verdade inegável.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
As rotinas fazem-me prever o futuro
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
5-1 e uma maçã fresquinha
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Brutal atracção
Sentimento que se sente
Mas não se ouve
Não se vê
Ele não se move
Resguarda-se no coração
do mais calmo peito
Brinca com os pensamentos
Para seu próprio deleito
Não dá sinal de vida
Até que tarde demais seja
Anuncia a sua existência
Oferecendo o medo de bandeja
Bruscamente rouba qualquer inocência
A mais preservada ou a mais perdida
Assusta com a indiferença
Chantageia com o abandono
Cria na alma toda e mais alguma crença
Sem se esquecer de proclamar a sentença:
Um erro menor pode roubar-nos do coração o dono.
Obriga a acção
Sem nos dar o tempo de meditar
Comanda o corpo
como se ele mesmo o fosse
Agimos sem no que fazemos acreditar
Ficamos a desejar que ele estivesse morto,
Que viesse a capa negra e o levasse pela foice
Consegue que o amargo saiba a doce
Que o errado seja certo, embora brevemente
Enquanto o vivemos, interiormente sorrimos
Mas no dia seguinte vem o arrependimento
Que de nós rouba a felicidade
E de repente, nada sentimos
Para além do amargo erro que é a verdade.
À nossa volta vemos nada
Embora lá esteja tudo
Existe apenas a situação criada
Por aquele sentimento que age pela calada
Que é cego, surdo e mudo
Mas que canta mais alto que uma cigarra
Fazendo-nos perder tudo
Fazendo-nos ficar sem nada
O dono a quem o coração pertencia
Foge magoado pelo sentimento,
Pela sua mão austera e fria,
Pelo causado sofrimento
Que tanto o seu dono temia.
Caem as lágrimas dos olhos ao pescoço
Aperta o peito num movimento de dor
Sente-se a pedra fria do fundo do poço
Que embora exista na cabeça e não na realidade
Nos faz largar por nós todo o amor
E nos faz odiar o sentimento pela sua brutalidade
Pela sua capacidade de nos roubar o pudor
De tirar do nosso ser o que faz a distinção
Entre o que está errado e o que não
Entre o que é justo e o que não merece perdão.
Abrem-se os olhos
E tudo existe onde antes existia
Escorre o suor frio aos molhos
Desde a face até aos soalhos
Mas tudo existe onde antes existia
Aquele que as lágrimas cria
Que causou tanto sofrimento
Aquele! O maldito sentimento,
Estava agora desaparecido
Não chegou a ser mais do que um momento
No meio de um sono mal dormido.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Pois é
E digo isto com amor e felicidade!
domingo, 23 de novembro de 2008
Boomerang
Passei por amizades que não esqueci. Amizades de quantidade reduzida mas de elevada importância, que me ajudaram a viver experiências que hoje conto com um sorriso aberto e com os olhos no passado, que me ajudam a rir só por lembrar. Vivem-se anos, vivem-se histórias, e vivem-se para nada. Vivem-se para que sejam só uma altura da vida, e não a vida em si. Hoje estou aqui, a ser quem e como sou, graças aos momentos que tive com essas amizades, e aos que tenho com as amizades de hoje. Entre as amizades de hoje encontrei amores fraternos e não fraternos que não tenciono nunca largar. Porque como as amizades que me fugiram me marcaram, também estas marcam. Mas estas, não as largarei. Se a vida quer que os nossos caminhos sejam diferentes, a vida o terá. Mas caminhar só o fazemos com os passos, o escrever faz-se não só com as mãos, mas também com a alma. E isso a vida, só muito injusta e cruelmente, é que nos pode tirar.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Comer por amor
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
"Blindness"
A história deste livro trata de uma epidemia intitulada "Cegueira Branca" que atinge uma cidade (cujo nome não é mencionado). Basicamente, todo o livro gira à volta da reacção inicial que o ser humano tem a essa epidemia e da forma como consegue sobreviver após ter sido consumido por ela.
Não me admiraram as críticas feitas ao filme. Muita gente achou que descriminava a população cega, muita gente achou que era uma história sem conteúdo e sem sentido, entre tantas mais coisas. Na verdade, essas críticas entristeceram-me bastante. Alguém que é capaz de dizer que descrimina os cegos, é claramente uma pessoa totalmente "narrow-minded" no que toca a filosofias. Esta história não é para ser vista como está apresentada, tudo o que Saramago escreveu é metafórico. Tudo é uma crítica à sociedade e ao ser humano. Quanto ao facto de acharem sem conteúdo e sem sentido... Não é suposto a história em concreto fazer sentido, porque não é o que é para ter em atenção. Uma vez mais, só um "narrow-minded" misturado com um bocadinho de falta de Q.I. diria isso.
Quanto a toda a realização do filme... Li este livro o ano passado e estou à espera deste filme desde essa altura. Foi realmente o cumprimento de um objectivo a curto prazo ter ido aos cinemas ver este pedaço de arte transformado em imagem. É um dos meus livros favoritos de todos os tempos e o filme não lhe ficou atrás. O shôr Meirelles fez um trabalho espectacular em todo o filme. Está muito próximo do livro em imensos pormenores (nos quais eu reparei) e consegue realmente mostrar o que Saramago queria mostrar, tanto que as primeiras palavras que este disse a Meirelles, quando acabou de ver o filme na ante estreia foram "Estou tão feliz por ter visto este filme, como estava quando acabei de escrever o livro".
O "Blindness" é, de longe, dos melhores filmes que já vi até hoje. É um filme muito cru, muito verdadeiro e que mostra o ser humano na sua realidade. Aconselho vivamente a que o vejam e, por favor, tentem compreender o que Saramago queria realmente dizer quando escreveu o seu livro.
"(...) assim está o mundo feito, que tem a verdade muitas vezes de disfarçar-se de mentira para chegar aos seus fins (...)"
"(...) já erámos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medos nos fará continuar cegos (...)"
"(...) na verdade, ainda está por nascer o primeiro ser humano desprovido daquela segunda pele a que chamamos egoísmo, bem mais dura que a outra, que por qualquer coisa sangra."
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Matas-me com uma overdose.
Overdose de ti, da tua pureza e perfeição, da tua beleza e feitiço. Do teu corpo gentil e suave. Do teu sorriso ameno e complexamente simples, desenhado no teu rosto pela mão de tudo o que consegue ser perfeito. Matas-me com a sensação de desmaio acompanhada por uma agitação incontrolável, que leva os meus pés ao céu e deixa o meu cérebro na terra, os meus olhos olhando os teus. Matas-me com o teu toque suave e sedutor que arrepia a minha pele e o meu peito. A gravidade foge de mim e eu voo. Voo nas tuas palavras, no teu jeito, no teu tudo. Flutuo no momento em que sinto a tua pele na minha, o teu respirar no meu ouvido. Unimo-nos numa simbiose perversa e eu sinto-te, sinto-nos. As nossas diferenças transformam-se em meras fantasias sem importância, e por momentos somos iguais. Somos um movimento rítmico de paixão, que me mata de tão repleto de sentimentos. Confusão, excitação, felicidade, desejo. Sinto tudo o que há para sentir em cada poro dos nossos corpos, sinto-te a ti
Sombreados
"O Senhor é o meu pastor, nada me faltará."
Salmo 22