sábado, 3 de outubro de 2009

Deolinda . Lisboa não é a cidade perfeita



‘Inda bem que o tempo passou
e o amor que acabou não saiu.
‘Inda bem que há um fado qualquer
que diz tudo o que a vida não diz.
Ainda bem que Lisboa não é
a cidade perfeita p’ra nós.
Ainda bem que há um beco qualquer
que dá eco a quem nunca tem voz.
‘Inda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantar…
como ela.

‘Inda bem que eu nunca fui capaz
de encontrar a viela a seguir.
‘Inda bem que o Tejo é lilás
e os peixes não param de rir.
Ainda bem que o teu corpo não quer
embarcar na tormenta do réu.
Ainda bem se o destino quiser
esta trágica historia, sou eu.
‘Inda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantar…
como ela.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Votar ou não votar, eis a questão." II

Uma prova óbvia de certas afirmações que fiz no meu post anterior, foi a percentagem de abstenção das eleições legislativas que se realizaram. Pode-se dizer, assim muito de fininho, que esta foi cerca de 39,4%, o que faz a abstenção a vencedora destas eleições. Era giro ver o pessoal a viver num país anárquico. Se calhar, não iam descartar assim tanto o direito ao voto.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Votar ou não votar, eis a questão."

Acho uma piada descomunal ao pessoal que rejeita por completo o seu direito ao voto. Oiço muitos afirmar que não ligam nada a essas coisas, que não aceitam inserir um assunto tão aborrecido como a política nas suas vidas, que acham que todos os políticos são uns imbecis, entre tantas outras justificações (que, a meu ver, são absurdas), que fico a pensar que realmente a maioria dos portugueses é muito pouco dada a pensar no futuro do país. Não parecem ter noção de que a política afecta, quer queiram quer não, não só o nosso dia-a-dia, como o dia-a-dia de todos os cidadãos nacionais, o que lhe confere uma elevada importância. A abstenção, na minha óptica de cidadã recém recenseada, mostra simplesmente o quão pouco interessados os portugueses são no que toca aos assuntos verdadeiramente marcantes. Prova apenas o quão conformista o povo português consegue ser. É uma verdade que as escolas também não ajudam no incentivo a usufruir do direito de voto, dado que antigamente existiam disciplinas somente com o propósito de explicar aos alunos como funcionam as eleições, a ideia geral do que é um partido, entre muitos outros tópicos que elucidavam a juventude portuguesa em relação à política, e que essas disciplinas estão hoje obsoletas, mas os portugueses deviam, de qualquer das formas, procurar informar-se e até incluir como um hábito nas suas vidas o mínimo conhecimento político, de modo a criar uma capacidade, mesmo que ínfima, de saber como escolher no que votar e no que acreditar. Não me venham dizer que a informação sobre este assunto e sobre os partidos principais das eleições que se aproximam é pouca e de difícil acesso, porque isso é desculpa de preguiçoso. Não custa assim tanto investigar e a maior parte até acaba por ganhar um certo gosto à coisa. Depois disto há três opções muito simples, sendo que uma delas considero completamente inaceitável: 1) Votar no partido no qual acreditamos; 2) Votar branco ou nulo, mostrando desagrado mas interesse; 3) contribuir para a percentagem de abstinência e mostrar que preferiu ficar em casa a ver os filmes infantis da TVI no dia das eleições (ora aqui está a opção completamente inaceitável). Não vejo qualquer dificuldade em demorar 30 minutos para ir fazer uma coisa tão simples como preencher um papelinho. Se não querem informar-se acerca do assunto, pelo menos votem branco ou nulo e finjam que se interessam mas que estão desagradados, ou qualquer coisa que se pareça, mas não mostrem com tanta clareza a vossa falta de aproveitamento da vossa cidadania. Isto tudo para dizer, só e apenas, que discordo com totalidade das pessoas que seguem esse modo de pensar profundamente conformista e que, no próximo Domingo, estarei preparada para dar o meu contributo na evolução do país. Talvez um dia haja mais jovens (como eu e uns poucos que conheço) que dêem algum valor ao direito ao voto. É, na verdade, uns dos poucos direitos que ainda temos e que pode mudar o amanhã.

domingo, 30 de agosto de 2009

Deolinda . Movimento Perpétuo Associativo

A crítica ao povo português mais divertida que já vi.



Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

-Agora não, que é hora do almoço...
-Agora não, que é hora do jantar...
-Agora não, que eu acho que não posso...
-Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!

-Agora não, que me dói a barriga...
-Agora não, dizem que vai chover...
-Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!

-Agora não, que falta um impresso...
-Agora não, que o meu pai não quer...
-Agora não, que há engarrafamentos...
-Vão sem mim, que eu vou lá ter...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

domingo, 23 de agosto de 2009

Demais! II

Se não tiveres nada
e te derem o Universo,
achas que por acaso
preferirás ter o inverso?

domingo, 16 de agosto de 2009

Sara Beirelles . Gravity

Deolinda . Eu Tenho Um Melro



Eu tenho um melro
que é um achado.
De dia dorme,
à noite come
e canta o fado.

E, lá no prédio,
ouvem cantar...
E já desconfiam
que escondo alguém
para não mostrar.

Eu tenho um melro,
lá no meu quarto.
Não anda à solta,
porque, se ele voa,
cai sobre os gatos.

Cortei-lhe as asas
para não voar.
E ele faz das penas
lindos poemas
para me embalar.

Melro, melrinho,
e se acaso alguém te agarrar,
diz que não andas sozinho
que és esperado no teu lar.

Melro, melrinho
e se, por acaso, alguém te prender,
não cantes mais o fadinho,
não me queiras ver sofrer.

E não voltes mais,
que estas janelas não as abro nunca mais.

Eu tenho um melro
que é um prodígio.
Não faz a barba,
não faz a cama,
descuida o ninho...

Mas canta o fado
como ninguém.
Até me gabo
que tenho um melro
que ninguém tem.

Eu tenho um melro...
(-Que é um homem!)
Não é um homem...
(-E quem há-de ser?!)
É das canoras aves
aquela que mais me quer.

(-Deve ser homem!)
Ah, pois que não!
(Então mulher…)
Há de lá ser!?
É só um melro
com quem dá gosto adormecer.

Melro, melrinho...[refrão]

E não voltes mais,
que a tua gaiola serve a outros animais.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sem título XII

O caminho é em frente. Cabeça erguida, sem olhar para trás. Tudo o que sou, tudo o que fiz, tudo o que serei, devia ser suficiente. Se não é, é porque eu sou melhor que isto.

domingo, 9 de agosto de 2009

Bajofondo . Cristal

Um das minhas recentes paixões musicais. Nada é mais bonito do que as infinitas sensações que as músicas destes artistas provocam num corpo.

Divago pelas horas mortas de uma noite calma. O tempo corre sem se dar por ele, sempre discreto, sempre no seu canto. Vejo numa canção todo um momento, toda uma situação, toda uma vida... Cada instrumento é um sorriso, uma lágrima, um grito ou uma gargalhada. Cada alteração de tom é um abraço, um adeus, um beijo. A vida corre como as horas, discreta, sem deixar que demos por ela. Cada dia é um novo aprender, um novo sentir, um novo pensar. Somos um acumular de experiências que ela nos proporciona. Sinto que esta canção poderia ser uma banda sonora do meu viver. Sinto que dançá-la seria como fazer uma peça de teatro, onde a personagem principal sou eu e o enredo são todos os acontecimentos que me fizeram e fazem ser o que sou e como sou. E a vida é efémera. Estamos aqui, actores desta peça em constante improviso. Não pensamos no frágil que é a nossa existência, no quão pouco nos é garantida. Existimos hoje, amanhã podemos não existir. A vida é efémera. A vida é frágil. A vida é Cristal.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sem Título XI

Os meus pés agarram-se ao chão e a minha mente com eles. Juntos caminham pelo efémero da vida. Um com a física, outra com a fantasia. És o caminho certo, és o fantástico. És magia pura, nascida das mãos de um viver magoado a quem foi partido o coração. Se não posso ir para trás, nem ir para a frente, então, por favor, sê as minhas asas e ajuda-me a voar. Ajuda-me a sentir. Ajuda-me a sobreviver. Sê.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ela IV

Quase que a afogam, os seus pensamentos. Pensa no ontem, pensa no hoje, pensa no amanhã. Não há opção possível, tudo tem o seu quê de perfeito. São incessantes as perguntas que põe a si mesma, como se as pusesse a outrem, acabando por descobrir tristemente que não tem as respostas que procura. Ou tem, mas não quer viver com elas. Ou tem, mas sabe que não são correctas. Esforça-se por criar uma relação simbiótica entre o sentir e o precisar, mas inconscientemente denota em si a incapacidade de o fazer, pelo menos agora. Sabe o que sente, sabe o que precisa, mas não consegue encontrar ambos no mesmo lugar. Algo fez com que tudo assim se tornasse, e ela não sabe o que é. Não sabe se foi ela, não sabe se foi o momento, não sabe se foi a vida. As respostas continuam a não satisfazer a sua sede de evolução, pois simplesmente se tornam num presente e futuro inatingíveis. Interiormente, ela sabe o que deseja e sabe o que é o melhor para si, mas não quer aceitar nenhum desses caminhos. Quer que eles sejam um único caminho. Mas não são. As questões saltitam e ressaltam com uma insistência insaciante. Ela tem as respostas correctas nos recantos da sua consciência. Só não quer aceitá-las.

sábado, 25 de julho de 2009

Herman José . Canção do Beijinho


Ai rapariga, rapariga, rapariga
Que só dizes disparates, disparates, disparates
E tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira
Que p'ra tirar tanta asneira não chegam cem alicates.
Mas tu não sabes, tu não sabes, tu não sabes
Que isso de dar um beijinho já é um costume antigo
Ai quem te disse, quem te disse, quem te disse
Que lá por dares um beijinho tinhas de casar comigo.

- Ó chega cá...
- Não vou.
- Tu és tão linda...
- Pois sou.
- Dá-me um beijinho...
- Não dou.

Interesseira, convencida, ignorante, foragida,
Sua burra, és a miúda mais palerma, camelóide que eu já vi,
Mas por que raio é que tu queres os beijinhos só p'ra ti?

Ora dá cá um e a seguir dá outro,
Ora dá mais um que só dois é pouco
Ai eu gosto tanto e é tão docinho
E no entretanto dá mais um beijinho.

Ai rapariga, rapariga, rapariga,
Dás-me cabo do miolo, p'ra te levar com cantigas.
Ai mas que coisa, mas que coisa, mas que coisa,
Diz lá por que é que não és como as outras raparigas.
Quando eu pergunto se elas me dão um beijinho,
Dão-me tantos, tantos, tantos, que parecem não ter fim
E tu agora estás com tanta esquisitice
Que qualquer dia já queres e não sabes mais de mim.

- Dás ou não dás?...
- Não e não.
- Então dou eu...
- Oh! isso não.
- Dá-me um beijinho...
- Não dou não.

Não dás porquê, sua esganada, egoísta, malcriada,
Sua parva, só se pensas que eu acaso tenho a barba mal cortada
E vê lá se tens receio que a boca arranhada.

- Então vá lá...
- Já disse.
- Eu faço força...
- Oh! que parvoíce.
- Dá-me um beijinho...
- Oh! que chatice.

Analfabruta, pestilenta, hipocondríaca, avarenta, bexigosa,
Vou comprar um dicionário que só tenha nomes feios
Que é p'ra eu tos chamar todos até teres os ouvidos cheios.

domingo, 19 de julho de 2009

Momentâneo.

Nunca um momento devia fazer de nós alguém diferente do que somos. Nunca um momento devia ser suficiente para julgar uma pessoa. Nunca um momento deveria ser suficiente. As opiniões criam-se com a investigação. É contra o natural opinar acerca de um assunto sobre o qual nada sabemos, e isso deveria ser aplicável no dia-a-dia, com as pessoas que nos rodeiam. Eu sou o que poucos conhecem, o que muitos adorariam se conhecessem e o que muitos detestariam se conhecessem. Mas sou o que poucos conhecem, e não deixarei que um momento mude o que eles pensam conhecer ou dê a conhecer a outros algo que não é real. O conhecer não pode ser momentâneo.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Relações alimentares

Não pude deixar de apontar este fantástico pensamento que ocupou a minha cabeça durante alguns minutos. Os alimentos têm fantásticas relações amorosas e algumas deviam ser salientadas perante a sociedade alimentar. Não queremos que os alimentos desconheçam o que se passa dentro do desenvolvimento da sua espécie e na casa do vizinho do lado, certo? Dei por mim a constatar que existe uma relação fortíssima e impregnada de sensualidade entre o excepcional do ovo estrelado acabadinho de ser desflorado pela frigideira e o inimaginavelmente gostoso pão fresco. É verdade! Aquele misto de frescura do pãozinho com o creme quente (para mim tem, obrigatoriamente, que ser semi salgado e semi apimentado) torna esta relação um bem necessário para os nossos dias. Após pensar no quão VIP esta relação amorosa deve ser dentro da comunidade alimentícia, comecei a tentar recordar-me de mais umas quantas combinações que devem pisar os tapetes vermelhos da Hollywood do mundo da paparoca. Veio-me logo roçar a ideia a bela da banana e o fresco do queijinho flamengo. A banana por si só já emana um glamour de proporções colossais, devido à sua textura suave e sabor característico e meio adocicado, mas o contraste entre esta donzela serena e o robusto do lavrador que é o queijo flamengo, vem a transformar esta relação num puro must. Contudo, toda a gente adora saber fofocas acerca dos casais que parecem perfeitos à primeira vista por se complementarem totalmente. Assim sendo, o melão e o presunto são constantes alvos de pepinos, maçãs, rabanetes, alfaces e nabos de câmara fotográfica em punho, envoltos na ansiedade de descobrir um podre neste casal. No entanto, duvido que exista tal coisa. O melão é um fruto fresco, leve, ensopado e doce. Este é perfeito para qualquer dia de calor. No entanto, veio a encontrar a sua cara metade na perna curada ou salgadinha do Babe. O teor elástico, salgado e gorduroso do presunto encaixa na perfeição com o melão. Uma prova viva de que os opostos se atraem, sem dúvida. Mas estamos a falar de Hollywood! Não pode nunca faltar um escândalo e por isso é necessária uma referência à combinação pão-marmelada-manteiga, que é também um algo indispensável no dia-a-dia de um trabalhador. Tanto a marmelada como a manteiga eram profundas apaixonadas pelo pão, embora por vezes dessem umas voltas com a bolacha. Um dia, a manteiga e a marmelada encontraram-se numa mesa e deram por si a notar no quanto os seus sabores podiam agradar ao paladar humano quando juntos num único pão, e como qualquer homem, o belo do pão não recusou uma ménage. Assim se formou um casal polémico que chocou inúmeras ameixas. São infinitas as combinações que existem no universo alimentar. Algumas são desprezadas pelo seu grau de horribilidade, como o queijo fresco-mel-nozes, que na minha opinião é capaz de despertar o vómito só de imaginar a doçura excessiva e terrível que deve ser. Outra coisa que é de abominar no mundo da Hollywood alimentícia são as transformações às quais certos frutos de submetem. Maçãs Reinetas, por favor não se assem. Bananas, por amor de Deus não se fritem. Uvas, por respeito à Virgem, não se sequem. Até poderia continuar, mas começa a existir uma sensação de certo asco dentro de mim, só de imaginar o quanto estas beldades se arruinam... Será que o Michael não lhes serviu de exemplo?! Mas paremos por aqui. Este é um assunto que ainda tem muito a falar, mas infelizmente já sofri demasiados sentimentos desde que comecei a escrever este post e por isso vou dar descanso ao meu coração, que tanto sofre de tristeza ou felicidade ao pensar nestas relações.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Zero7 . Passing By



I don't think you love me
Confusion settling in
I don't think I'll be staying
Around here, anymore

There's no question that I love you
But I'm living in my own time
And here I am debating
Whether I'm wrong, or right

Who am I
To make a judgement of
Your life
I'm only
Passing by
Passing by

All the promises I gave you
Helped me to survive
And all the times I wished you'd save me
You were the love of my life

Who am I
To make a judgement of
Your life
I'm only
Passing by
Passing by

Who am I
To make a judgement of
Your life
I'm only
Passing by
Passing by

Who am I
To make a judgement of
Your life
I'm only
Passing by
Passing by

I'm only passing by ...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Conclusão do dia III

Resta, por fim, o vazio do presente e o desconhecido do futuro. Finalmente tudo voltou a ter o seu equilíbrio. Os castigos pelos erros foram dados. Voltei a sentir a racionalidade. E esta é cruel e assustadora. Que a honestidade seja uma prioridade minha de hoje em diante, pois a sua ausência fez com me perdesse não só a mim, mas também o algo superior a tudo que sempre tive. Que o castigo seja aplicado durante o tempo que for necessário. Que sejam aprendidas lições. E que este blog receba descanso.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

No Warning . Short Fuse



Bust!
Not important - not to me, not to you
This is always something we always have to go through
fuck what they said
If you believe what you hear,
you deserve what you were fed
Please don't waste my time
Don't ask me if it's true
I'll just tell you what you want to hear
And hope trouble finds you
Can't figure it out, I don't care
You gotta believe what they say
That's all that you should hear - Bullshit everyday
Please don't waste my time
Don't ask me if it's true
I'll just tell you what you want to hear
And hope trouble finds you
Everybody knows and everybody talks
Everybody sees but no ones saying nothing
Its no use - get a clue
It's time that someone fuckin told you
Take apart what I say
You change nothing anyway
Are you done?
Nice try
Heard it before,
Goodbye

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Conclusão do dia II

Mais potente que qualquer arma,
Castiga, pune e condena.
Manda, obriga e ordena
que vivamos com esta realidade
que afirma que para cada acto há uma sanção,
que cada acção recebe uma reacção
seja esta de amor ou brutalidade,
inveja ou humildade.
Assim funciona o karma.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sem título X

Preciso de um reboot no meu cérebro.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Conclusão do dia

Estou cheia de um tudo que vale o mesmo que nada. O que sou, o que dou, o que quero, nunca será equivalente ao que recebo. Enches-me e esvazias-me no tempo de uma borboleta bater as asas. Dou-te tanto que fico vazia. O stock nunca é reposto. Mas a culpa é minha. Sou assim. A desculpa pode ser sempre essa, por isso usá-la-ei: Sou assim.

Prisão mental

Estou presa na incerteza
da certeza do que é incerto.
Mas não estou incerta,
nem perto!
Apenas presa, com a porta aberta
para o orgasmo da certeza.

Aberta ela está,
não há como o recusar.
Será que deva, será sequer
que a quero atravessar?

Medito e pondero,
como quem o faz sem certeza,
Será que deva, será que quero?!
Estará lá tudo o que eu espero?
Que espero eu, afinal?
Paz de espírito? Leveza?
Paixão? Prazer carnal?
Amor? Ódio?
Confusão? Certeza?!

Ora! Não estou incerta!
Mas o que será
que aquela porta oferta?
Será que a quero atravessar?
Fará mal?!
Que mal fará?
Morte? Dor?
Sofrimento? Horror?

Que será aquela porta, que será?
Eu sei o que é, acho que estou certa.
Estarei certa? Será?
Ela está aberta. Quem a atravessará?

Demais!

Quando temos o que queremos, queremos o que não temos. Queremos demais. Queremos o aqui, o ali ao fundo e o além ao longe. Queremos o nada, o qualquer coisa e o tudo. Quando temos o que queremos, arranjamos qualquer coisa para querer. Queremos demais.

Se temos o Mundo,
Queremos o Universo.
Se tivermos tudo...
Quereremos o inverso?


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sem título IX

Já cansa tanto dramatismo. E eu a pensar que era uma Dramma Queen =| chiça...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ela III

Ele tocou-lhe na mão e sussurrou ao seu ouvido palavras doces que, para além deles, só o vento foi capaz de ouvir. Sorrindo inocentemente, ela deixou-se levar pelo que julgava ser... E que afinal não era. Uma vez mais aquele algo que vivia resguardado no cofre interdito do seu coração fora despertado. Uma vez mais as ilusões foram a sua realidade. Mas ela lembrou-se de que a mentira inconsciente não era novidade para ele. Lembrou-se e fechou o cofre com sete, oito, talvez nove chaves! Mandou-o para aquele abismo onde acabam todas as coisas que merecem esquecimento e viveu a sua vida. Viveu-a como se ele nada fosse, como se ela nada fosse, como se o nada realmente nada fosse.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Que caraças, chiça, mas que raio

Há dias em que só me apetece resmungar. Hoje, quando acordei, tinham-me os cobertores fugido dos pés e, por esse motivo, só me apetece bofetear, pontapear e, quiçá, insultar quem se meta à minha frente. Já muitas pessoas foram vítimas disso! Para impedir traumatizar alguém com o meu mau feitio num futuro próximo, decidi que vou meter-me na cama enquanto ainda existe luz do Sol a bravar os céus e deixar a má disposição na mão do meu subconsciente que, se Deus quiser (e espero por tudo e mais qualquer coisinha que queira), saberá como o enviar para os braços do Belzebu. É que não só estou com uma quantia generosa de irritação em mim (sem qualquer motivo aparente), como também sinto alguma tristeza à mistura, que torna tudo ainda mais frustrante. À parte de tudo isto, ainda tenho a sensação de que estou num dia à Bridget Jones. Sou gorda, feia, pouco engraçada, parva e burra! Ou vá, mais ou menos.

Para concluir só queria deixar aqui um belo "F*da-se, car*lho, que grande m*rda".

terça-feira, 14 de abril de 2009

Mutações e mudanças.

Está tudo a tornar-se diferente. As pessoas estão a mudar e a mudar as amizades com elas. Não consigo ter palavras subjectivas para descrever o quanto tudo está em mutação. Amizades de anos de experiências, discussões, pazes, momentos e crescimento estão, de repente, a tornarem-se em pó. Pessoas que amavam a vida, sorriam a cada segundo, brincavam com o nada e o tudo estão, de repente, a aperceberem-se do quão pouco amável o mundo pode ser. Em meses, apenas, viram-se as pessoas como eram verdadeiramente. Todas elas. Conheci mais de muita gente nesses meses, que conheci delas em anos. É preciso ver as pessoas em situações que as possam magoar, para conhecer as suas personalidades e formas de agir. A realidade abateu-se sobre todo um conjunto de amizades e feriu muitas pessoas com o impacto. Tudo está em mutação. Em meu redor vejo egoísmo, intriga, traição, desconfiança e raiva, e não sou capaz de entender como tão pouco consegue criar tanta maldade. A realidade deixou-se mostrar por instantes.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Sam The Kid ft. Pac ft. SP . Crime do Padre Amaro

Foge bastante ao que costumo ouvir, mas não consigo não gostar desta música.


[SP]
Tento resistir a esta tentação
Por mais que eu queira tenho de dizer que não
Se entre nós não pode haver uma relação
Não passa mais do que uma forte atracção

[Sam The Kid]
Primeira aparição tua aparência deu boa impressão
Mas a experiência é que a aparência é ilusão
A tua presença foi intensa e a minha intenção
Era ensinar-te a não seres tão sensível
Ao mencionares a mão que te acarinha
O teu barão eu tenho a minha também
Mas não resisto à tentação se não disseres a ninguém
Isto é apenas atracção convinha sublinhar bem
Antes de ultrapassar a linha que nos tem como amantes, ok?
Vieram noites de prazer e nunca foi preciso uma cama
Grande robusta, beleza que custa a crer dama
Que assusta até chama
O sentimento de alguém de quem sem querer se ama
Mas eu já tenho a protecção nem vou matar a relação
Que existe há buéda anos eu já tenho planos
Enquanto a dela é triste ficamos tetris
Sempre à procura do encaixe
É quando eu acho que só te amo da cintura para baixo
Não leves a mal nada é pessoal sempre foi sexo
Mas os dias sem latex tornaram tudo complexo
Vens bater-me à porta prenha nunca quis um compromisso
Dama aborta eu compro-te isso e se eu falo eu concretizo
Por isso não me venhas com uma coisa dessas
Até parece que algum dia eu te fiz promessas
Foi um erro logo à partida então não fiques ofendida
Se eu disser que não há nada em comum e queres uma vida ?

[Refrão SP]
Tento resistir a esta tentação
Por mais que eu queira tenho de dizer que não
Se entre nós não pode haver uma relação
Não passa mais do que uma forte atracção

[PacMan]
Meu deus como pode ser tão bom esse mal que tu me fazes
Que me obriga a ir a jogo sem figuras nem ases
Sabendo que não vou ganhar como nunca ganhei
Sabendo que não consigo parar como nunca parei
Como podem magras mãos ficar tão grandes assim
Que as gentes esgravatar cabem dentro de mim
Só pode ser verdade o que me conta a poesia
Eu gosto de gostar e sinto a tua falta todo o dia
Que posso eu fazer se me fazes tão bem/mal
Desafiando as leis da gravidade, a minha moral
O prazer da tua carne tornou-se essencial
Para a minha sanidade, física e mental
Fatal fatalmente o coração sente
E a minha boca mente em ritmo desplicente
Escrevo para ti em papel de carta
Tinta preta como a cor dos teus cabelos
Envoltos em tons de violeta
Palavras que nunca direi à tua frente
Aprendi a ser humano haveria eu de ser diferente?
Eu só amo e não reclamo um prémio sem cautela
Fechado numa cela sem chave nem janela
A coisa mais bonita deste planeta
Beleza rara no meio de uma sarjeta
Amor impossível como o romeu e julieta
Ao menos sonho contigo e podes crer já não é cheta
Amor não dá, não dá, não dá...

[SP]
Eu sei e tu sabes que não podemos ficar juntos
Não passa de uma atracção tentemos não ir mais fundo
Ambos sabemos que não dá para termos uma relação
Temos de nos afastar e esquecer esta paixão

No futuro nunca vai ser mais do que tentação para ele

[Refrão SP]
Tento resistir a esta tentação
Por mais que eu queira tenho de dizer que não
Se entre nós não pode haver uma relação
Não passa mais do que uma forte atracção

domingo, 22 de março de 2009

É preciso e urgentemente

É preciso um bocado de calma neste mundo... Anda tudo stressado demais. Só não tem uma vida feliz quem não quer ter, pois tudo passa pela forma como encaramos o dia a dia. Acalmem-se, pessoas! Bebam um cházinho relaxante, rebentem uma broca, façam o que quiserem... Mas acalmem-se =|

quarta-feira, 18 de março de 2009

Candeeiro de Lava

Céu preso num recipiente,
Sempre ansioso por sair...
Acorda muito muito lentamente
Quando o aquecer da água sente,
Mas do recipiente não consegue fugir.

Como uma dançaria sensual,
Transforma o corpo em ondas, e estremece.
Rebola, funde-se e despega-se
Como uma senhora a quem dinheiro se oferece
pelo obsceno e desesperado acto sexual.

Calmo, sereno e discreto
Lá reage o pedaço de céu ao calor!
Não se transforma em nada em concreto,
Não sei se não guardará, talvez, algo muito secreto
Nas suas formas de jovem do amor,
Na sua lentidão de movimentos, no seu fulgor,
No seu desejo ardente de chegar ao tecto,
De voltar à sua origem, lá no infinito
Onde o seu azul completa o azul que anoitece
O céu que em seu todo é bonito...

Mas enquanto não consegue escapar,
Deixem-me que vos confesse,
Vivo apreciando sadicamente o seu dançar.
Observo-o desde que aclara ao dia até que escurece
Sempre relaxada, sempre a olhar
Para o seu calmo rodopiar...

Se é algo do qual não abdicava,
Verdade seja dita (que da verdade o mundo carece),
Era deste bonito candeeiro de lava.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Serra de Sintra

Antes de mais nada, só quero informar que esta é a minha 50ª postagem! Só faltam mais imensas para ter muitas.

Dia de puro contacto com a Natureza e comigo mesma, confesso que só encontro na Serra de Sintra. A subida a corta-mato até ao Castelo é algo cansativo, divertido, fantástico e libertador. Adoro por demais caminhar entre as árvores e subir íngremes caminhos pelo meio da floresta, sempre acompanhada por um corte ocasional num braço ou numa perna derivado de um mau movimento. A satisfação de chegar ao Castelo e sentar naquelas pedras imponentes e gigantes em todo o seu ser talvez não chegue ao tamanho que chegaria se trepasse o Evereste, mas para mim é o que basta. Ver Sintra e arredores como se fossem um mundo de brincar é uma sensação de poder e liberdade como nunca antes senti. É de facto uma tarde passada com muita aventura e energia! A subida lá faz as pernocas gemer um bocadinho, mas a estadia no topo da Serra e a descida da mesma por caminhos desconhecidos e um algo perigosos compensam toda a dor sentida enquanto se sobe. E assim passei eu uma boa tarde com uma boa companhia e cheguei a casa com uma dor nos músculos que sabe bem demais por ter a origem que teve e com o estomâgo feliz por ter recebido o belo do Travesseiro da Piriquita.

sábado, 7 de março de 2009

Break!

Acho que vou dar um descanso a este meu blog, que eu já nem ando a escrever nada de interessante e/ou artístico.

Sem título VIII

Não são as minhas companhias que escolhem quem eu sou, é quem eu sou que escolhe as minhas companhias.

segunda-feira, 2 de março de 2009

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Amo

Nunca menti em nada do que te escrevi e disse. Nunca fingi sentir algo que não sinto. Foi tudo real. Nada me dá mais pena do que sentir que as coisas mudaram. Quero que saibas que te amo e que preciso da tua amizade, mesmo que de momento esteja demasiado cheia de macacos na cabeça. Perdoa-me, mas acredita que nunca menti.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Resposta

Oh Pedro, Pedro, meu amor e amigo,
não me respondas com poesias
que eu acabo contigo!

Vens para aqui ofuscar
o meu talento com o teu...
Não fosses tu um anjo que se esqueceu
de como voar,
e já eu tinha superado o teu rimar.

Olha que eu também rimo!
Rimo com palavras, letras e tudo o que houver,
Rimas bem e não sou só eu que o confirmo,
mas subir ao meu lugar não sobes tu,
e descer ao teu também não vou descer.

'Tou acima porque sou alta
Como mesmo tu disseste,
Mas vê lá se esta pernalta
não te manda abaixo os alicerces.

Pá, rimei mais ou menos mas também não tou inspirada
Vieste aqui todo pimpão
e deixaste-me intimidada.
Mas descansa, moço do meu coração,
que assim que volte a inspiração,
escrevo algo que faça o teu poema valer nada.

Olha, tá bem, pronto, não me sai nada bem...
Quase parece pior que o teu rap...
Mas olha, meu lindo neném,
ao menos não está mais feio que o Gap.

SÉRGIO GASPAR

Loiro, bondoso e belo,
a toda a hora dá gosto vê-lo!
Quando o vejo só penso em marmelo,
Mas nunca tento fazê-lo.

Com uns fortes braços
ele caminha, aterrorizando
crianças, adultos e velhos dos bagaços
mas nunca a Andreia Abraços!,
que ele vive imensamente amando.

Conduz o seu XLI,
vive modificando o seu motor
Logo a seguir aos amigos,
ele é o seu maior amor.

Oh, Sérgio, como consegues ser tão sensual?
Por de trás dessa atitude forte que amendronta,
És um cavalheiro como não há igual,
Fazes-me tremer das pernas, fazes-me ficar tonta
por seres tão, tão sensual.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Para...

Para ti:

Preciso do teu abrigo,
do teu olhar, do teu sorriso,
do cotão do teu umbigo!,
do teu cheiro e do teu riso.

Preciso do teu amor e da tua amizade,
da tua companhia e abraço,
da tua complexa simplicidade
que tanto me leva ao cansaço.

Preciso de que me canses
(para te amar cada vez mais),
de que me chateies e me amanses,
de que me deixes ter palavras finais,
de que deixes a minha teimosia ganhar
as nossas batalhas sangrentas e letais.

Preciso de que me compreendas,
me ames e me entendas,
sem perguntas, sem questões,
e também sem interrogações!,
ama-me e quer-me como sou, apenas.

Preciso de ti hoje, amanhã e depois.

Amo-te.

E para ti:


Preciso de que viajes ao meu lado
de braço a cobrir os meus ombros,
preciso de que continues a fazer do meu barulho um fado,
e de que apanhes os meus escombros.

Preciso de que me sorrias quando choro,
de que me abraces quando entristeço,
de que me apresses quando demoro
a fazer decisões
(cujas conclusões são de alto preço).

Preciso de que me adores
e me deixes adorar-te
por seres do meu Mundo
uma tão grande parte.

Preciso de que continues
a oferecer-me a tua amizade.
Prometo-te oferecer-te a minha
se for possível, para toda a eternidade.
Se me faltas algum dia, morro de saudade.

Adoro-te.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Sem título VI

Um irmão fica com o siso, o outro com o juízo.







Eu fiquei com os sisos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Interpretações.

Não tenho escrito,
pois não há nada a ser dito.
Ou há, mas é interdito
a olhos do mundo.
Por ser segredo,
por ser profundo.

Os poemas escrevem-se subtis
Para sem entendidos de maneiras mil.
Podem ser maneiras felizes ou maneiras vis
mas se vamos escrever um poema, ele tem que ser subtil.

Este vem do coração,
da consciência e da balança,
do amor, da estabilidade e da esperança
de que os dogmas sejam pura confusão
e não a verdade.

Se estás, estás,
mas não estás realmente.
Estás porque estás,
Mas nunca pelas razões queria, certamente.

Estás apenas porque a carne é do que somos feitos
E porque os ossos são desejados por cães rafeiros,
Que tal como tu têm tudo e nada de perfeitos
por serem mistura de raça bela e raça pobre.

Por enganarem o olho à primeira vista,
por parecem ser cão de revista,
mas serem no fundo inféis à pureza,
à razão e à Natureza.

Unearth . Unstoppable


Wander this world with tired hands, wander these streets a broken man
Been Through this time after time and it won't be the last, but I won't break again
Second lease on a terminal chance
Every step met with force and demands
Reclaim all that loved and destroyed
Belief lends a hand to the path of the strong
I want to know, need to know, my next lesson
I want to feel what's alive inside of me
I want to know, need to know, my impression
I want to look inside and see what's made to be
I want to know
Concede the loss of the some to fuel the life of others
The Unstoppable
Wondered alone, won't break again
Left forgotten and without hope, I still remain
Can't stop this heart, won't break again, forever as stone

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ela II

Entre os cobardes, ela teve a coragem. Ergueu-se e contou ao vento com um tom de voz alto e decidido quem era, como era e o que fizera. O vento respondeu-lhe com um assobio desinteressado. Não importavam os seus gritos, o vento não quis levar a verdade com ele. O vento decidiu que ela merecia viver com quem era, com como era e com o que fizera e respondeu-lhe que não queria carregar o peso da realidade. E ela aceitou a sua resposta sem reclamações, por respeito ao vento e por respeito à Natureza.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sem título V

Quando fechas os olhos, quem é que vês?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ela I

Embora a sala estivesse cheia, ela sentia-se sozinha. Sentia que todos os seus desejos se tinham transformado em dogmas e que isso roubava de si todos os seus princípios e promessas. Era agora composta pelo nada. Não era corpo, não era vida, não era pessoa.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Quadras de António Aleixo

P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.

Os que bons conselhos dão
às vezes fazem-me rir
por ver que eles mesmos, são
incapazes de os seguir.

Em não tenho vistas largas,
nem grande sabedoria
mas dão-me as horas amargas
lições de Filosofia.

Embora os meus olhos sejam
os mais pequenos do Mundo,
o que importa é que eles vejam
o que os homens são no fundo.

Muito contra o meu desejo,
sem lhe querer dizer porquê,
finjo sempre que não vejo
quem finge que me não vê...

Para triunfar depressa
cala contigo o que vejas
finge que não te interessa
aquilo que mais desejas.

Nas quadras que a gente vê,
quase sempre o mais bonito
está guardado pr'a quem lê
o que lá não está escrito.

Um grande senhor, este Aleixo haha

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Oficina de Escrita . 20/01/09

Feito numa aula de Português. O objectivo era fazer um poema de 14 versos (regra que eu não respeitei) que começasse com o verso de Miguel Torga: "A vida é feita de nadas". Totalmente à pressão, como eu tanto odeio, saiu uma bela duma bostinha, mas veremos qual a opinião da stora. Aqui está a magnífica obra de arte que tão pouco prazer me deu a escrever:

A vida é feita de nadas.
É feita de poemas e rimas forçadas,
de escrever palavras obrigadas
a cair nesta folha, desamparadas.

Sobre o que se escreve
quando não sabe sobre o que se escrever?
Como se vive
se não se sabe para o que viver?
Como se aprecia a própria vida
se ela é feita de escuro e vazio,
de incompletudes e frio?

Como se transforma em poeta
alguém que como poeta nunca se sentiu?

Damos-lhe uma folha e mandamo-lo barafustar!
Sobre a falta de inspiração pomo-lo a refilar!
Falta de inspiração e a falta de objectivos!
E inconscientemente ele deixa o lápis deslizar,
e vai refilando acerca do porquê de estarmos vivos!
E enquanto tudo isto toma o seu lugar
vai rimando. O verso puxa a rima, a estrofe puxa o poema e o poema puxa o poeta
que tão entretido no refilanço, nem deu pela inspiração chegar.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sem título III

Nunca pretendi magoar ninguém. Nunca pretendi enganar ninguém. Nunca pretendi roubar nada a ninguém.

Tudo o que eu possa ter feito que fez alguém sentir-se magoado, enganado ou alvo de furto, foi fruto da minha personalidade difícil. Fruto da minha teimosia e ciúme. Fruto da minha vontade de ter o que quero, a qualquer custo. Muito peso na consciência tenho, por sentimentos, ideias maliciosas e manias que já tive no passado. Nunca pretendi afastar ninguém de ninguém. Nunca pretendi romper qualquer elo que existisse. Nunca prentendi roubar nada. Deixei-me apenas, na minha inocência demoníaca, cumprir o que o meu ser complicado me ordenava.

Nunca pretendi magoar ninguém. Nunca pretendi enganar ninguém. Nunca pretendi roubar nada a ninguém.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Drama

Ai, ai... A adolescência... Vivemo-la como se representássemos numa peça, sempre exagerados em todos os sentimentos. Puxamos a voz do fundo do pulmão, erguemos o braço e despejamos a nossa fala, ora infantilmente, ora de forma adulta. Farta, a adolescência. Fartam os dramas e exageros, as tempestades em copos de água, as birras e as discussões com bases idiotas. Admito que sou uma adolescente. Sou adolescente em mais do que sou adulta. Mas farta. Estou farta já. Apetece-me saltar os últimos anos desta etapa e começar a viver com os pés na terra. A ver o que é importante e o que não é, o que fale a pena discutir por e o que não vale. Farta, a adolescência. Enfim...

domingo, 18 de janeiro de 2009

De mim, para ti

Massamá, 18 de Janeiro, de 2009

Meu querido amigo e paixão,

Quero deixar-te apenas um pensamento: Não te mereço. És demasiado perfeito até nas tuas imperfeições e, ainda assim, eu neglicencio-te. Ponho-me a mim, antes de ti. E tu não o mereces. Mereces quem te ponha à frente de tudo, como eu já pus. Quero acreditar que te amo, apesar de tudo. Mas a verdade é que quem ama, não age como eu. Não é capaz de o fazer. Outra verdade, é que eu não sei o que é amar. Foste o mais perto que tive de sentir amor, se é que não o senti mesmo. Dava tudo para poder oferecer-te o que mereces. Não sou nem um terço do que tu devias ter. Continuas a ser o meu recanto, o meu apoio, a minha escapadela da realidade, o meu melhor amigo. Continuas a ser a melhor pessoa que já conheci, em imensos sentidos, e a mais complicada, noutros tantos. Mereces muito mais do que eu te consigo dar. Mereces uma lua, um planeta, uma galáxia e um universo, e eu só te consigo dar uma estrela. Por isso, peço-te desculpa e lembro-te de que continuas a ser uma das pessoas mais importantes da minha vida, se não a mais importante. Perdoa-me por não te conseguir dar mais.

Um beijo e um abraço caloroso

Mafalda

Sem título II

Caio uma vez, caio duas mas não três. Já decorei onde está o buraco. Da próxima vez, passo ao lado!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Filtros

Os nossos olhos usam filtros. Filtros que captam a realidade como ela é e a mudam a nosso favor. Quando somos crianças, esses filtros modificam a maioria das coisas que vemos. Tornam tudo bonito, cor-de-rosa e com textura semelhante à do algodão doce. À medida que vamos crescendo, o filtro vai perdendo a sua força e vamos começando a ver tudo como é. Entretanto, vivemos mentiras, vemos coisas onde não existem, acreditamos em palavras que têm de tudo menos honestidade e sentimos uma certa despreocupação no que toca aos assuntos do mundo que nos rodeia. Porque o filtro nos protege dessas maleitas. Ele tenta impedir o nosso coração de ser partido muito cedo. Contudo, ele falha eventualmente. Acabamos por ser alvos de mentiras, ilusões e, principalmente, de notícias devastadoras sobre o planeta, que embora na maioria das vezes não nos afectem directamente, nos faz ementender o tipo de espécie animal somos. Chegando a certa idade, começamos a desenvolver uma cerca desconfiança nas palavras dos outros e uma certa dificuldade em criar expectativas, com medo que sejam simples miragens. Começamos a ficar amargurados com atitudes e situações que vemos pelo mundo fora, como guerras, fome, poluição... O filtro perde a sua espessura e efectividade. Vemos a realidade. Sentimos a realidade. Sofremos com a realidade.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Inóspitos recantos

Pouco a pouco, por vagos caminhos vou conduzindo as minhas ideias e os meus sentimentos. De terra batida, alcatrão ou pedra, todos esses caminhos são um aglomerado de incertezas, cujo próprio destino é, igualmente, uma incerteza. Não tenho um caminho seguro pelo qual optar. Todos eles têm à minha espera uma dúvida que tanto poderei ser eu a colocar, quanto outra pessoa. E eu terei que responder, seja como for. Terei que responder a mim mesma ou a outrém, mas terei que responder. As questões não se podem deixar sem resposta. Quando isso acontece, é o primeiro passo para viver uma vida de e se's. Para optar por um caminho, terei que experimentá-los a todos. Não preciso de chegar ao destino, posso apenas viajar por momentos nessa rota e decidir se o que ela traz consigo é mais ou menos benéfico para mim que o caminho que experimentei anteriormente. Depois é uma questão de escolha. De decisão. Se algum dos caminhos for o ideal para mim, não será difícil decidir. Tenho que arriscar. E arriscarei! Vendo bem... Que seria a vida sem risco?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ramallah . Act Of Faith




In the dark I can't remember your face
but I can feel them snakes behind my eyes.
You'd probably pick up all of your shit and split
if you had any idea what's in my mind.

Oh, I need a favor, hon'.
I need a mercy done.
I guess I'm counting on your light.
I know I ain't what you thought
but with your help and pity HA!
we can make it alright.

Reach up with all of your light
make an act of faith and tear out my eyes.

Reach up with all of your faith
take your mouth off my dick and tear out my eyes.

Can you trust anybody? And do you know for sure?
Do you trust anybody in a world where no one is pure?
Can you trust anybody? And do you dare be sure?
Can you trust anyone? Anything?
Or are you fucking with your eyes shut?

6 de Outubro de 2008

Amo-te como amigo e como amante. Amo-te como se amam certas coisas que dizemos amar, mas não sabemos ao certo. Sabemos, no entanto, que são as únicas coisas que somos capazes de dizer que amamos. As únicas coisas nesta infindável biblioteca de objectos, momentos, sons, paladares, entre tantas outras, à qual chamamos vida. Até ao presente momento, foste tu o primeiro algo que fui capaz de, ainda que com medo e alguma incerteza, dizer que amo. Dizer que sinto amor. Esse sentimento que tanto e tão pouco se sente no coração da alma, que tão óbvio e tão discreto aparenta ser, consoante o momento, o estado de espírito, a forma de pensar. Pensar, eu penso e tu sabe-lo. Penso porque é uma actividade que nos massaja a personalidade, aquela única coisa que ainda nos distingue uns dos outros. Penso porque a pensar, eu sinto. Porque uma coisa está ligada à outra. O coração da alma ao coração do cérebro, o coração do cérebro ao coração do peito. Os únicos corações que preciso para sobreviver. Sinto que posso dizer que te amo, apenas porque acho que nenhum deles conseguiria viver sem ti. Porque preciso deles para ser eu, para ser vida. Porque preciso de ti. Da tua amizade, da tua paixão, do teu corpo, da tua personalidade. Foi a pensar que cheguei a tal conclusão. Foi o coração da alma que disse ao coração do cérebro. E agora aqui estou dizendo, ainda que com medo e alguma incerteza, que sinto amor por ti. Que amo. Que te amo. Não sintas em ti uma obrigação de responder, não o quero. Quero apenas que sejas tu e que saibas como me sinto.

Sem título I

Dizem muito aquelas coisas muito bonitas do "O que não nos mata, faz-nos mais fortes"... Para mim, sempre será muito mais plausível a lei do "O que não nos mata, engorda-nos". Nem que seja engordar o cérebro de chatices.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Querer.

Quero, quero e não quero. Mesmo que quissesse, não quererias. Quero, não quero ou quero mais ou menos. Se não queres então é melhor que por aqui fiquemos. Quero, quero, mas não quero. Tu queres mas não queres. Quereremos os dois, ou não quererá nenhum? Cá p'ra mim não vamos a lado algum. Se ambos quisermos à lua chegamos. Queremos, queremos, mas não queremos. Como querer ou não querer é a questão, por aqui ficamos. Querer, querer, não querer. Queres, quero, mas não queremos. Vamos ambos querer, ou não quereremos querer os dois? Eu acho que quero. E tu?