quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ela III

Ele tocou-lhe na mão e sussurrou ao seu ouvido palavras doces que, para além deles, só o vento foi capaz de ouvir. Sorrindo inocentemente, ela deixou-se levar pelo que julgava ser... E que afinal não era. Uma vez mais aquele algo que vivia resguardado no cofre interdito do seu coração fora despertado. Uma vez mais as ilusões foram a sua realidade. Mas ela lembrou-se de que a mentira inconsciente não era novidade para ele. Lembrou-se e fechou o cofre com sete, oito, talvez nove chaves! Mandou-o para aquele abismo onde acabam todas as coisas que merecem esquecimento e viveu a sua vida. Viveu-a como se ele nada fosse, como se ela nada fosse, como se o nada realmente nada fosse.

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