quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Exigências.

Exigimos demasiado. Exigimos demasiado de nós mesmos, dos outros e da vida em si. Exigimos mil e trezentas coisas para podermos dizer que somos felizes, e outras tantas para nos sentirmos felizes. Somos seres exigentes. Não temos noção de que a vida que hoje vivemos e a forma como a vivemos pode desaparecer de um segundo para o outro. Enquanto um pássaro bate as asas, um cavalo dá um passo galopante, um pica-pau pica a madeira, podemos perder tudo. Tomamos a vida como garantida, exigindo mais, mais e mais. Falta-nos sempre qualquer coisa. O que temos, por muito bom que seja, nunca é suficiente. Queremos mais, precisamos de mais, desejamos mais, exigimos mais. Exigimos tanto que nunca vemos que nada nos pode fazer mais felizes do que a vida em si. Do que a oportunidade de viver. Não temos ideia de que somos um em milhões que poderiam ter sido. Ganhámos a corrida. Ganhámos a oportunidade. Vivemos. Conseguimos a oportunidade de experienciar a vida. No entanto, exigimos como se isso não fosse nem perto de suficiente. Tomamos essa oportunidade como garantida. Há-que lembrar e lembrá-lo bem: à mesma velocidade que a recebemos, também nos pode ser tirada.

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