quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

6 de Outubro de 2008

Amo-te como amigo e como amante. Amo-te como se amam certas coisas que dizemos amar, mas não sabemos ao certo. Sabemos, no entanto, que são as únicas coisas que somos capazes de dizer que amamos. As únicas coisas nesta infindável biblioteca de objectos, momentos, sons, paladares, entre tantas outras, à qual chamamos vida. Até ao presente momento, foste tu o primeiro algo que fui capaz de, ainda que com medo e alguma incerteza, dizer que amo. Dizer que sinto amor. Esse sentimento que tanto e tão pouco se sente no coração da alma, que tão óbvio e tão discreto aparenta ser, consoante o momento, o estado de espírito, a forma de pensar. Pensar, eu penso e tu sabe-lo. Penso porque é uma actividade que nos massaja a personalidade, aquela única coisa que ainda nos distingue uns dos outros. Penso porque a pensar, eu sinto. Porque uma coisa está ligada à outra. O coração da alma ao coração do cérebro, o coração do cérebro ao coração do peito. Os únicos corações que preciso para sobreviver. Sinto que posso dizer que te amo, apenas porque acho que nenhum deles conseguiria viver sem ti. Porque preciso deles para ser eu, para ser vida. Porque preciso de ti. Da tua amizade, da tua paixão, do teu corpo, da tua personalidade. Foi a pensar que cheguei a tal conclusão. Foi o coração da alma que disse ao coração do cérebro. E agora aqui estou dizendo, ainda que com medo e alguma incerteza, que sinto amor por ti. Que amo. Que te amo. Não sintas em ti uma obrigação de responder, não o quero. Quero apenas que sejas tu e que saibas como me sinto.

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