Feito numa aula de Português. O objectivo era fazer um poema de 14 versos (regra que eu não respeitei) que começasse com o verso de Miguel Torga: "A vida é feita de nadas". Totalmente à pressão, como eu tanto odeio, saiu uma bela duma bostinha, mas veremos qual a opinião da stora. Aqui está a magnífica obra de arte que tão pouco prazer me deu a escrever:
A vida é feita de nadas.
É feita de poemas e rimas forçadas,
de escrever palavras obrigadas
a cair nesta folha, desamparadas.
Sobre o que se escreve
quando não sabe sobre o que se escrever?
Como se vive
se não se sabe para o que viver?
Como se aprecia a própria vida
se ela é feita de escuro e vazio,
de incompletudes e frio?
Como se transforma em poeta
alguém que como poeta nunca se sentiu?
Damos-lhe uma folha e mandamo-lo barafustar!
Sobre a falta de inspiração pomo-lo a refilar!
Falta de inspiração e a falta de objectivos!
E inconscientemente ele deixa o lápis deslizar,
e vai refilando acerca do porquê de estarmos vivos!
E enquanto tudo isto toma o seu lugar
vai rimando. O verso puxa a rima, a estrofe puxa o poema e o poema puxa o poeta
que tão entretido no refilanço, nem deu pela inspiração chegar.
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