segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sombreados

Sombras. São sombras. Precisam de uma superfície para existir. E se a superfície desaparece, buscam outra. Serpenteiam entre ideias, visuais, mentalidades e adaptam-se a qualquer uma. Precisam dela para sobreviver, tal como as sombras precisam da superfície. Quando desaparece esse ideal, procuram outro e adaptam-se a ele. Como as sombras. São sombras. Cópias pouco detalhadas de outro alguém, de outro algo, que é o que é porque o mundo o levou a isso, que é o que é talvez até por ser uma sombra. Sombras. Vultos projectados no sólido e no líquido. Vazias, negras, opacas. E eles… são sombras. Vazios e opacos, vivendo na negridão. Precisam de ser reflexos do que vêem para sentirem que são algo. São simplesmente sombras, meus caros. Simples sombras sem personalidade, sem pessoalidade, sem nada. Cópias baratas, dvd’s pirateados. Talvez um dia, meus jovens, talvez um dia perceberão que ser sombra não é ser, é tentar ser quem é realmente. Sejam o que vos vai na alma e não o que vai na alma do outro, e aí… aí vos garanto que serão não sombras, mas superfícies.

"O Senhor é o meu pastor, nada me faltará."

Salmo 22

Nenhum comentário:

Postar um comentário